O FATOR AUTOIMUNE
É representado por anticorpos que são desenvolvidos pela mulher em alguma fase da vida, decorrente de um estímulo até hoje não identificado pela Ciência. De qualquer forma, a presença destes anticorpos durante o período de concepção e/ou durante a gravidez pode afetar, de forma deletéria, a boa evolução da gestação. Os principais autoanticorpos envolvidos em complicações gestacionais são o anticorpo anticardiolipina e o anticoagulante lúpico, também chamados anticorpos antifosfolípides.
As principais complicações da gestação que podem ocorrer na presença de algum destes anticorpos são pré-eclâmpsia ou eclâmpsia, restrição do crescimento fetal, redução do líquido amniótico, envelhecimento placentário precoce, descolamento prematuro da placenta, óbito fetal e aborto recorrente. Além disso, doenças não específicas da gestação também podem ocorrer neste período, na presença de algum destes anticorpos, como trombose, acidente vascular cerebral (AVC – derrame) e infarto agudo do miocárdio.
Estas doenças costumam ocorrer nos casos em que os anticorpos estão presentes em altas concentrações no sangue (resultado fortemente positivo), ou quando há a associação destes anticorpos com fatores hereditários para trombose.
Diagnóstico
O diagnóstico da presença dos anticorpos antifosfolípides é feito através de testes sanguíneos específicos.
Tratamento
O tratamento, quando os anticorpos antifosfolípides estão presentes, deve ser iniciado, idealmente, nos ciclos menstruais em que há possibilidade de gravidez. Envolve a associação de dois tipos de medicação: o ácido acetil salicílico (AAS) e a heparina. Eles agem diminuindo a ação dos anticorpos antifosfolípides, durante o desenvolvimento e amadurecimento da placenta. A heparina e o AAS impedem a ocorrência de trombose placentária, responsável por grande parte das complicações fetais, placentárias e de líquido amniótico. O tratamento deve ser mantido durante toda a gravidez, e retirado apenas para a realização do parto.