Doação Compartilhada de Óvulos consiste na cooperação de casais cujo único meio de conseguir engravidar é a Fertilização in vitro. Estes casais são formados por mulheres jovens, com idade igual ou inferior a 35 anos, que teoricamente responderiam muito bem aos medicamentos indutores de ovulação e formariam óvulos de boa qualidade. Estes óvulos jovens têm um grande potencial de gerar embriões de ótima qualidade que otimizam as taxas de gravidez.
A causa da infertilidade geralmente é masculina ou tubária. O Fivmed conta com um banco de dados que contém as características de mulheres que estariam dispostas a compartilhar metade dos seus óvulos com outras mulheres que necessitem deles para poder engravidar.
Dentre as características selecionadas estariam: cor da pele, cor dos olhos, cor e textura dos cabelos, altura e peso, descendência familiar (portuguesa, italiana, asiática etc) e tipagem sanguínea (ABO e Rh). Sempre é realizada uma entrevista com o casal pesquisando doenças psiquiátricas e de transmissão genética.
Os casais receptores são formados por mulheres que não respondem adequadamente aos medicamentos indutores da ovulação ou perderam os ovários em cirurgias, quimioterapia ou radioterapia, ou entraram na menopausa precocemente, ou por serem portadoras de doenças genéticas e não querem correr o risco de transmitir aos seus filhos (para este último caso, existe outra possibilidade de tratamento: a Análise Genética Pré-Implantacional ou PGD).
O custo do tratamento é financiado pelo casal receptor, cujo valor é muito próximo do que pagariam por um ciclo de FIV normal. Os doadores poderão ter que arcar com o custo de congelamento de embriões excedentes. Os doadores oferecerão metade dos óvulos aspirados no tratamento, o que permite que os dois casais tenham as mesmas chances de engravidar. Isto é especialmente importante para receptoras de maior idade. Os casais permanecem sempre com suas identidades preservadas incógnitas entre eles. Existe um termo de consentimento que regulamenta e informa aos dois casais sobre as normas a serem cumpridas pelos mesmos.
Este consentimento deve ser lido, entendido e suas dúvidas respondidas por um profissional do Fivmed, ou pelo seu médico, até serem compreendidas pelos casais. Após este procedimento, ambos os casais devem assinar o termo como ciência de que aceitam as normas e estão de acordo. Os dois casais necessitam realizar exames de rotina para controle de doenças infectocontagiosas. Isto traz tranquilidade, tanto para os casais como para os profissionais do Fivmed, mesmo que não existam evidências científicas da transmissão das mesmas pela doação de óvulos. Estes exames são: sorologia para sífilis, HIV, hepatite B e C, HTLV, Chamydea. A doadora deverá realizar um cariótipo.
Para a realização deste tratamento, o médico tem que fazer com que as duas mulheres entrem em sincronia nos seus respectivos ciclos menstruais. Para tanto, ambas necessitam utilizar hormônios que controlam o ciclo e preparam o endométrio da mulher que será a receptora dos embriões, formados pelos óvulos da doadora e espermatozoides do seu marido; e estimulam os ovários da doadora a formar muitos folículos, dos quais deverão ser aspirados vários óvulos.
A divisão dos óvulos é feita com igualdade de número e qualidade para ambos os casais, se o número for impar, o óvulo excedente permanece com a doadora. Tanto a doadora como a receptora, iniciarão uso de progesterona no dia da aspiração folicular, como forma de complementação do preparo endometrial, melhorando desta forma a receptividade do endométrio para com os embriões.
Esta progesterona deve ser utilizada até o dia do teste de gravidez (dez dias após a transferência). Caso positivo, continuará a ser usado até completar 10 a 12 semanas de gestação. Os embriões obtidos são transferidos às respectivas mulheres, três ou cinco dias após a aspiração folicular. Detalhes da transferência embrionária podem ser vistos no item correspondente do capítulo FIV.