SINCRONIZAÇÃO DE PACIENTES
Para iniciar o tratamento, após seleção da doadora, realizaremos uma sincronização dos ciclos menstruais entre doadora e receptora. Isto é feito utilizando pílula anticoncepcional.
A seguir iniciaremos a estimulação da ovulação da doadora e preparação endometrial da receptora.
Quando a doadora realizar a aspiração folicular para obter os óvulos o seu marido deverá comparecer à clínica para colher uma amostra seminal.
FERTILIZAÇÃO DOS ÓVULOS
Os óvulos encontrados serão separados em recipientes previamente identificados, contendo meio de cultura estabilizado quanto à temperatura e pH. Então serão deixados, por algumas horas, em estufa de trigas, à temperatura, umidade e pH constantes, para que se complete a maturação dos óvulos.
O número de óvulos será dividido ao meio entre doadora e receptora.
Neste intervalo o marido colherá uma amostra de sêmen, a qual será capacitada (preparada para fertilização). Cada óvulo da RECEPTORA será inseminado (fertilizado in vitro) com, aproximadamente, cem mil espermatozóides capacitados.
O mesmo será realizado com os óvulos da DOADORA e espermatozoides do marido dela.
Espermatozóides aderidos a zona pellucida do óvulo.
CONFIRMAÇÃO DA FERTILIZAÇÃO
Vinte e quatro horas após a punção, os óvulos serão observados ao microscópio para confirmar a fertilização, cuja taxa esperada varia entre 80 e 90%. Os óvulos fertilizados (zigoto) serão avaliados novamente só após mais dois dias (para evitar deixar evoluir em paz), neste dia (D2) observaremos a divisão celular (formação de embriões). Nesta fase, os embriões deverão apresentar entre seis a oito células.
Os embriões podem ser transferidos para a cavidade uterina com dois ou três dias após a aspiração folicular. Mas nossa conduta preferencial é deixar os embriões evoluírem até o quinto dia quando devem estar no estágio de blastocisto. Só então seriam transferidos à mulher.
Óvulo fertilizado (zigoto): presença de dois corpúsculos polares e dois pró-núcleos
Embrião de dois dias (D2) com quatro células.
Embrião de TRÊS dias (D3) com 8 células.
Mórula de quatro dias (D4).
Blastocisto no quinto dia (D5).
SUPORTE ENDOMETRIAL DA RECEPTORA
Somente realizado quando a conduta tomada pelo médico é transferir os embriões no mesmo ciclo do tratamento. Há casos selecionados em que os embriões são congelados nesta etapa e transferidos em ciclo posterior.
Inicia-se o tratamento hormonal coadjuvante para o desenvolvimento do endométrio após sincronização dos ciclos DOADORA/RECEPTORA.
Este tratamento pode ser realizado sob três formas: Administrando-se inicialmente Valerato de Estradiol via oral e/ou adesivos de estradiol. Mais tarde, a partir do dia da aspiração folicular da DOADORA iniciaremos uso de progesterona por via oral, vaginal ou injetável, sendo que os melhores resultados são obtidos pelas vias injetável e vaginal. Também pode-se usar hCG, hormônio que estimula a produção de progesterona pelos ovários. Este suporte será mantido até 10 ou 12 semanas de gestação, quando a placenta é capaz de produzir, independente da própria progesterona, ou, suspenso imediatamente após a negatividade do teste de gravidez, o qual é realizado 10 dias após a transferência embrionária.
TRANSFERÊNCIA DE EMBRIÕES
A transferência de embriões é feita no mesmo ambiente estéril da aspiração folicular, porém, por se tratar de processo indolor, não necessita de sedação. Nesta ocasião não há necessidade de jejum. Será utilizada ultra-sonografia abdominal, necessitando haver bexiga cheia para melhor visualizar o útero. Estando a mulher em posição ginecológica, sob visualização do colo do útero (usando especulo), é realizada uma assepsia com gaze e soro fisiológico do orifício cervical de modo a retirar a progesterona da frente do orifício externo do colo do útero. O cateter escolhido pelo médico é carregado com os embriões a serem transferidos, que são em geral dois. Este cateter é então introduzido pelo canal cervical seguindo-se as orientações e curvaturas observadas.
Quando a ponta do mesmo se encontra dentro da cavidade uterina (visão ultra-sonográfica) os embriões são injetados junto com uma quantidade mínima de meio de cultura.
Visão esquemática de transferência embrionária.
O cateter é retirado e levado de volta ao laboratório, onde será examinado e lavado para confirmar que todos os embriões foram deixados na cavidade uterina. Pronto “a sorte está lançada!”.
CUIDADOS APÓS A TRANSFERÊNCIA DOS EMBRIÕES
Ficar em repouso por longos períodos após a transferência não melhora os resultados. Não há que ter medo de fazer força para evacuar ou fazer xixi, espirrar e tossir tampouco vai expulsar os embriões. As únicas recomendações: caso tenha relação sexual voltar a inserir a progesterona vaginal. Evitar uso de medicamentos para enxaqueca que possuam cafeína ou ergotamina. Portanto a mulher pode seguir uma vida normal a partir deste mesmo dia.
TESTE DE GRAVIDEZ
O teste de gravidez, Beta-hCG quantitativo, é realizado entre dez dias após a transferência embrionária. O teste deve ser realizado mesmo que não existam sintomas de gravidez ou tenha havido pequenos sangramentos vaginais. Dando o teste positivo e numérico (quantitativo) pediremos para repetir o exame em dois dias. Isto não é feito por duvidar do exame original e sim para poder comparar o valor com o primeiro. Deveria ser de pelo menos o dobro, o que mostraria uma boa evolução.